
Recentemente, Ronaldo Fenômeno oficializou sua intenção de concorrer à presidência da CBF. O ex-jogador, indiscutivelmente um ídolo mundial, promete uma “revolução” no futebol brasileiro, diagnosticando a modalidade como estando “no fundo do poço” e oferecendo soluções a curto prazo. No entanto, a história recente da CBF e do futebol brasileiro mostram que experiência administrativa, relações institucionais e conhecimento profundo das dinâmicas do esporte fora das quatro linhas são essenciais para liderar uma entidade tão complexa. E nesse ponto, Ednaldo Rodrigues se destaca amplamente em relação ao Fenômeno.
Ronaldo foi um gênio dentro de campo e, sem dúvida, sua imagem carrega peso e credibilidade. Entretanto, gerir uma entidade como a CBF não se resume a boas intenções e frases de efeito. O ex-atacante vende sua candidatura como algo inovador, mas sua curta trajetória na gestão do futebol é recheada de dúvidas.
Quando assumiu a SAF do Cruzeiro, Ronaldo prometeu reestruturação e compromisso com o futuro do clube, mas vendeu a instituição antes mesmo de concretizar os planos. Sua gestão à frente do Valladolid, na Espanha, também é alvo de questionamentos, especialmente após o rebaixamento da equipe e as dificuldades de investimento. Agora, sem vinculação com clubes, Ronaldo se posiciona como alternativa à atual administração da CBF, criticando um sistema que, segundo ele, “se perpetua no poder”. Mas seria ele, de fato, a melhor opção?
Ao contrário de Ronaldo, Ednaldo Rodrigues possui um histórico consolidado na gestão do futebol. Foram 18 anos como presidente da Federação Bahiana de Futebol e, desde que assumiu a CBF, mostrou habilidade em navegar pelos desafios políticos e institucionais da entidade. Sua permanência na presidência foi garantida após uma batalha judicial no STF, demonstrando seu trânsito no meio político e sua capacidade de articulação.
Além disso, Ednaldo tem um bom relacionamento com clubes, federações e o judiciário, pontos fundamentais para administrar a entidade máxima do futebol brasileiro. Em vez de discursos inflamados e promessas genéricas, ele tem trabalhado para consolidar um modelo de gestão que respeita as tradições do futebol nacional sem abrir mão da modernização.
A liderança da CBF não pode ser tratada como um campo de testes. O futebol brasileiro precisa de estabilidade, planejamento e capacidade de gestão comprovada. Embora Ronaldo tenha uma história brilhante como atleta, sua atuação como gestor ainda é nebulosa. Já Ednaldo Rodrigues provou sua competência e tem o respaldo de anos de serviço ao futebol.
No final, a pergunta que fica é: o Brasil quer um gestor experiente e preparado ou um aventureiro que ainda não mostrou resultados concretos fora das quatro linhas?