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Reformulação dos “olheiros do apito” pode gerar mudanças significativas no setor

A crise dos assessores e delegados em debate: viagens intermináveis, experiência duvidosa e altos custos; a necessidade urgente de uma reformulação no setor

Ser delegado da CBF pode render ao “assessor” um salário mais alto do que professores universitários recebem mensalmente para trabalhar todos os dias

No cenário do futebol brasileiro, a arbitragem sempre esteve no centro das discussões, mas agora um novo problema ganha destaque: a ineficiência dos assessores, delegados e quality managers contratados pela CBF para avaliar os árbitros durante os campeonatos. A maioria desses profissionais viaja o Brasil acompanhando jogos, preenchendo relatórios e emitindo pareceres sobre o desempenho da arbitragem. No entanto, o impacto prático desse trabalho tem sido amplamente questionado.

O principal ponto de crítica é que grande parte desses avaliadores nunca atuou em partidas da Série A do Brasileirão ou sequer enfrentou a pressão de um jogo com estádios lotados. Como alguém que nunca viveu a realidade do alto nível pode avaliar com precisão o desempenho de um árbitro? Essa desconexão entre a experiência exigida e o perfil dos atuais assessores tem gerado insatisfação nos bastidores.

Além da falta de vivência prática, há também o fator financeiro. Manter essa estrutura custa caro, tanto para os clubes quanto para a CBF, mas os resultados são praticamente nulos. O modelo atual se tornou um verdadeiro cabide de empregos, onde muitos enxergam o cargo como um benefício, e não como uma missão de desenvolvimento da arbitragem.

E o problema vai além da avaliação técnica. Os relatórios enviados por alguns desses profissionais chegam a ter erros grosseiros de ortografia e gramática, expondo ainda mais a fragilidade do sistema. Casos absurdos já foram registrados, como a palavra “isso” escrita com “ç”, “cerveja” grafada com “s” e outros equívocos que demonstram descuido e falta de preparo. Se a qualidade do material escrito é questionável, o que esperar da análise sobre decisões tomadas em frações de segundo dentro de campo?

Nos bastidores, a insatisfação com esse cenário tem ganhado força, e mudanças significativas estão a caminho. Há um movimento para reformular todo esse sistema, trazendo novos nomes e estabelecendo critérios mais rigorosos para a escolha dos responsáveis por avaliar os árbitros. A ideia é priorizar profissionais que realmente conhecem os desafios da profissão, que já estiveram dentro de campo e que entendem a pressão de uma decisão tomada diante de milhares de torcedores.

Essa reformulação promete impactar todo o país. A arbitragem brasileira precisa evoluir, e isso só será possível com um sistema de avaliação mais qualificado e eficiente. O momento de mudança chegou, e o futebol nacional não pode mais sustentar uma estrutura cara e ineficaz que não contribui para o crescimento do esporte.

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