Futebol

Alício Pena Júnior: a peça que nunca sai do jogo na arbitragem brasileira

Há mais de uma década nos bastidores da CBF, ex-árbitro FIFA mantém sua influência na arbitragem, mesmo sem nunca ter assumido oficialmente o comando. Sua permanência gera sentimentos diferentes entre comissões estaduais e reforça a dificuldade de renovação no setor

Alício segue na comissão nacional na gestão Rodrigo Martins Cintra

A recente mudança no comando da arbitragem brasileira trouxe Rodrigo Cintra para a função de liderança na CBF. No entanto, sua chegada não representou uma ruptura total com a estrutura anterior. Ao seu lado permanece Alício Pena Júnior, ex-árbitro FIFA e nome de longa trajetória dentro da entidade.

Alício ingressou na CBF há mais de uma década, apadrinhado por Sérgio Corrêa, ex-presidente da Comissão Nacional de Arbitragem. Depois de perder seu escudo da FIFA, foi levado para trabalhar nos bastidores da Confederação e, desde então, nunca mais saiu. Seu nome sempre esteve vinculado aos processos internos da arbitragem brasileira, e há tempos era apontado como um dos candidatos naturais ao comando – desejo que, até hoje, não se concretizou oficialmente.

A permanência de Alício ao lado de Cintra não foi bem recebida por algumas comissões estaduais, que enxergam na decisão a continuidade de um modelo que há anos domina a arbitragem nacional. Para esses críticos, manter alguém tão identificado com gestões passadas significa reforçar um ciclo vicioso, sem a renovação que muitos esperavam.

Por outro lado, há o entendimento de que Rodrigo Cintra precisava de um nome experiente para auxiliá-lo na transição e mostrar como funciona a complexa engrenagem da arbitragem dentro da CBF. No entanto, a questão que se impõe é: até que ponto essa escolha ajudará a implementar mudanças estruturais?

O cenário atual reforça um dilema que há anos paira sobre a arbitragem brasileira: a falta de novos nomes ou de uma decisão firme para reformular o setor de maneira mais profunda. A resistência à renovação tem sido um obstáculo constante, e a necessidade de coragem para, de fato, começar do zero, nunca foi tão evidente.

Agora, resta saber qual caminho Rodrigo Cintra seguirá: se tentará modernizar o sistema com o que tem à disposição ou se, em algum momento, romperá com o passado para buscar algo verdadeiramente novo.

 

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