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Vexame nos pampas: final do Gauchão terá arbitragem de fora

Decisão inédita expõe fragilidade da arbitragem local e marca a gestão conturbada de Leandro Vuaden

Leandro Vuaden ao lado do presidente da FGF, Luciano Hocsman em reunião com a arbitragem – Foto/FGF divulgação

A Federação Gaúcha de Futebol (FGF) definiu que o jogo de ida, válido pela final do Campeonato Gaúcho de 2025 entre Internacional e Grêmio, do próximo sábado, será comandado pelo árbitro catarinense Ramon Abatti Abel. A decisão marca um momento inédito na história da arbitragem do estado, já que nunca um árbitro de outra federação havia sido, pelo menos na história recente, escalado para apitar a principal partida do futebol gaúcho.

A escolha gerou forte repercussão e levanta questionamentos sobre a condução da arbitragem no Rio Grande do Sul. Nos últimos anos, o estado sempre contou com árbitros locais na decisão do campeonato, incluindo profissionais reconhecidos mundialmente como Carlos Simon. Durante a longa e premiada gestão do ex-diretor de arbitragem Luiz Fernando Gomes, essa prática jamais ocorreu.

O atual diretor de arbitragem da FGF, Leandro Vuaden, passa a ser o primeiro gestor a permitir que um árbitro de fora comande a final do torneio. Com isso, ele já deixa como principal legado em sua gestão esse episódio histórico, que expõe a fragilidade da arbitragem local e a falta de confiança dos clubes no apito gaúcho. A decisão também reforça a influência dos clubes sobre a entidade, já que a decisão por arbitragem de fora veio após pressão de dirigentes.

Além de Ramon Abatti Abel no apito, a arbitragem para a final será composta pelos assistentes Rodrigo Figueiredo Henrique Correa, do Rio de Janeiro, e Bruno Boschilia, do Paraná. O quarto árbitro será Jefferson Ferreira de Moraes, de Goiás, enquanto Gizeli Casaril, do Rio Grande do Sul, atuará como quinta árbitra. No comando do VAR estará Daiane Muniz, de São Paulo, auxiliada por Fabrício Porfirio de Moura e Thiago Duarte Peixoto, ambos também de São Paulo. O observador do VAR será Hilton Moutinho Rodrigues, do Rio de Janeiro.

A arbitragem gaúcha é historicamente uma das mais respeitadas do país, com árbitros que já apitaram competições nacionais e internacionais. No entanto, o episódio levanta o debate sobre a necessidade de renovação e fortalecimento do quadro local para evitar que situações como essa se repitam no futuro.

O fato entra para a história da arbitragem do Rio Grande do Sul que diante deste cenário passa pelo maior vexame de sua história.

 

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