A arbitragem brasileira vive um momento de transformação. A decisão da CBF de reformular a estrutura do setor, com a demissão de Wilson Luiz Seneme e a criação de um novo comitê de arbitragem, representa um passo essencial para o futuro do futebol nacional. Para o presidente da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (ANAF), Salmo Valentim, essa mudança era necessária e deve ser amplamente comemorada.
“Essa é uma decisão acertada do presidente Ednaldo Rodrigues. A arbitragem brasileira precisava de um novo rumo, com mais profissionalismo, mais estrutura e uma liderança capaz de enfrentar os desafios do futebol moderno. A saída de Seneme abre espaço para uma gestão mais eficiente, que realmente atenda às demandas dos árbitros e do esporte como um todo”, afirmou Salmo.
A nova comissão de arbitragem da CBF será liderada por Rodrigo Martins Cintra, ex-árbitro aspirante à FIFA, que assume o cargo de coordenador. Para Salmo Valentim, a escolha de Cintra é um dos grandes acertos da reformulação por ele ser o “remédio que estava faltando”.
“Rodrigo Cintra é um profissional altamente qualificado, com experiência dentro e fora de campo no Brasil e exterior. Ele conhece a arbitragem brasileira como poucos e tem o respeito da classe. Sua nomeação traz esperança de um trabalho sério, comprometido e voltado para a evolução do setor. Acredito que ele terá um papel fundamental nessa nova era”, destacou.
A nova estrutura da arbitragem contará ainda com consultores internacionais de peso, como Néstor Pitana, árbitro da final da Copa do Mundo de 2018, Nicola Rizzoli, que comandou a decisão de 2014, e Sandro Meira Ricci, que também apitou finais importantes como a do campeonato candango, em Brasília. Além disso, a CBF anunciou a criação da Escola Nacional de Arbitragem e de um ranking de árbitros, iniciativas que devem trazer mais critérios técnicos e transparência na avaliação dos profissionais.
Além de apoiar as mudanças promovidas pela CBF, Salmo Valentim fez um chamado direto aos árbitros brasileiros: o momento da profissionalização chegou.
“A arbitragem brasileira não pode mais viver de promessas. Há anos lutamos por um modelo profissional, que dê aos árbitros as condições necessárias para exercerem seu trabalho com dignidade e segurança. Agora, com essa nova gestão, temos uma oportunidade real de tirar esse projeto do papel. O presidente Ednaldo Rodrigues já sinalizou que levará essa pauta ao Congresso Nacional, e a ANAF estará na linha de frente para garantir que isso aconteça”, afirmou.
Para Salmo, a reformulação da arbitragem deve ser acompanhada por uma mudança estrutural mais profunda, garantindo que os árbitros tenham direitos trabalhistas, salários dignos e uma carreira estruturada.
“Não podemos mais aceitar que a arbitragem brasileira continue sendo tratada como algo amador. Precisamos de contratos formais, de garantias e de um plano de carreira sólido. O futebol brasileiro não pode crescer sem árbitros qualificados e bem preparados, e isso só será possível com a profissionalização”, reforçou.
Salmo Valentim também deixou um recado direto aos árbitros de todo o Brasil, pedindo união e engajamento neste momento de mudanças.
“Estamos diante de uma grande oportunidade. Agora é a hora de nos unirmos, de participarmos desse processo e de mostrarmos que queremos, sim, uma arbitragem forte, independente e profissionalizada. As mudanças estão acontecendo, e cabe a cada um de nós contribuir para que elas sejam duradouras e positivas. Chegou o momento da virada”, concluiu.
Com uma nova liderança na arbitragem e o compromisso da CBF com a modernização do setor, a expectativa é de que o futebol brasileiro entre em uma nova era, onde a arbitragem seja valorizada e respeitada como peça fundamental do espetáculo.