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Árbitros quarentões: um obstáculo para a renovação na arbitragem brasileira

Idade avançada e falta de opções mostra desgaste da arbitragem no Brasil

Marcelo de Lima é o mais longevo árbitro em atividade da história do Brasil. 54 anos

O futebol brasileiro vive um momento de transformações, e a arbitragem precisa acompanhar essa evolução. No entanto, um problema grave continua afetando o setor: a presença de árbitros veteranos, com mais de 45 anos, que seguem atuando mesmo sem perspectivas de crescimento na carreira. Enquanto o futebol exige dinamismo, renovação e preparo físico de alto nível, o Brasil ainda mantém árbitros que até passam nos testes, mas já ultrapassaram a idade ideal para atuar nas principais competições do país.

Essa situação não traz benefícios ao futebol. Árbitros que atingiram essa faixa etária não podem mais almejar uma vaga na FIFA por exemplo, não têm projeção internacional e, na maioria dos casos, apitam apenas por inércia, ocupando espaço que poderia ser destinado a jovens talentos. Com isso, o processo de renovação se torna mais lento e prejudicial ao desenvolvimento da arbitragem nacional.

Com a nova estrutura da arbitragem na CBF, formada por um colegiado técnico e com a presença de consultores internacionais de peso, o futebol brasileiro tem a oportunidade de rever práticas ultrapassadas e alinhar sua arbitragem aos padrões dos principais centros do mundo. Em diversas ligas, há regras claras para garantir que a arbitragem esteja sempre renovada, com profissionais tecnicamente capacitados e em plenas condições físicas para acompanhar o ritmo cada vez mais acelerado do jogo.

O FIFA, Anderson Daronco, aos 44 anos apitando na várzea

No Brasil, a falta de um critério objetivo de idade tem permitido que árbitros se perpetuem na ativa sem que haja uma avaliação rigorosa sobre a necessidade de sua continuidade. Enquanto isso, novos talentos enfrentam dificuldades para conseguir espaço e se desenvolver dentro do quadro nacional

Manter árbitros veteranos nos gramados significa impedir a renovação natural do setor. O futebol brasileiro precisa de árbitros modernos, preparados e tecnicamente atualizados. Com a permanência prolongada de profissionais que já não têm mais perspectiva de crescimento, mesmo se esforçando para atender esse perfil, o país corre o risco de ficar defasado em relação a outras nações que já compreendem a importância da renovação constante no quadro de arbitragem.

A implementação de critérios mais rígidos para a continuidade dos árbitros, incluindo uma idade limite bem definida, poderia contribuir diretamente para a melhoria da arbitragem nacional. Essa medida garantiria que apenas profissionais em plena condição técnica e física seguissem apitando, além de abrir espaço para a formação de uma nova geração de árbitros capacitados para os desafios do futebol moderno

A arbitragem brasileira precisa olhar para o futuro. A permanência de árbitros sem perspectiva de crescimento não fortalece o futebol, não melhora a arbitragem e apenas atrasa um processo que precisa ser inevitável: a renovação.

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