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Opinião: Seneme fora da CBF faz arbitragem voltar a respirar

Anúncio feito por Ednaldo Rodrigues gerou comemorações em todo país; membros da antiga comissão não escondem alegria por sobrevida na CBF

Wilson Seneme disse à Globo que sua gestão fez em dois anos mais do que fariam em dez

A demissão de Wilson Luiz Seneme do comando da arbitragem da CBF foi um acerto incontestável de Ednaldo Rodrigues. Sua polêmica gestão não deixou um legado positivo, mas sim um rastro de erros, conflitos internos e desvalorização da arbitragem nacional.

Seneme não conseguiu construir um ambiente de trabalho sólido. Pelo contrário, sua postura autoritária e sua falta de diálogo geraram insatisfação generalizada. O resultado? Ele acumulou desafetos dentro da própria Comissão de Arbitragem e entre os árbitros. O isolamento oficioso de nomes experientes, como o de Alício Pena Júnior, é um reflexo de sua incapacidade de administrar divergências e construir uma equipe coesa.

Desde que assumiu o cargo, Seneme trabalhou sistematicamente para enfraquecer a ANAF, entidade que representa os árbitros. Ele ignorou demandas da categoria e tratou os profissionais com indiferença, sem oferecer o respaldo necessário para que desempenhassem sua função com segurança e qualidade.

Os erros seguiam acontecendo rodada após rodada, e a resposta de Seneme era sempre a mesma: silêncio ou explicações vazias. O VAR continuou sendo um problema e a arbitragem brasileira não evoluiu sob seu comando gerando críticas e expondo semanalmente a CBF.

Apesar de receber um dos maiores salários já pagos a um chefe de arbitragem na CBF, Seneme não entregou resultados à altura. O investimento feito nele não refletiu em melhorias concretas. Se realmente tivesse feito “em dois anos o que não fariam em dez”, como afirmou em entrevista à Globo, a arbitragem brasileira não continuaria mergulhada em polêmicas e descrédito.

Com sua queda, o futuro de Seneme parece previsível: um retorno à Federação Paulista de Futebol, sob a sombra de seu padrinho político, Sérgio Corrêa. A estrutura da FPF, que historicamente abriga dirigentes rejeitados em nível nacional, pode ser seu refúgio. 

A verdade é que Seneme sai para nunca mais voltar à CBF. Seu legado a partir de agora será o anonimato. Seu nome não será lembrado como o de alguém que fortaleceu a arbitragem, mas sim como o de um dirigente que se isolou, trabalhou para enfraquecer uma entidade-classe, gerou divisões internas e falhou em elevar o nível do apito brasileiro. A decisão de Ednaldo Rodrigues de demití-lo foi um passo fundamental para a reconstrução da arbitragem nacional que ao que tudo indica encontrou uma luz no fim do túnel com Rodrigo Martins Cintra. 

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