DestaqueNotícias

Mulheres na Arbitragem: Avanços e Desafios no Futebol Brasileiro

Machismo estrutural no futebol impede avanço feminino no apito

Entre as melhores arbitras do mundo, Edna Alves teve que mudar de estado após ser perseguida e desacreditada no futebol

A presença feminina na arbitragem do futebol brasileiro tem crescido nos últimos anos, mas ainda enfrenta desafios significativos. Nomes como Edina Alves, árbitra FIFA, se tornaram referência, mas a realidade para a maioria das mulheres na profissão é de poucas oportunidades, especialmente nos grandes jogos e nas competições de maior visibilidade, como a Série A do Campeonato Brasileiro.

Apesar de sua competência, as árbitras ainda são minoria em partidas televisionadas e nas principais competições do país. A presença feminina no comando dos jogos segue sendo limitada nos estaduais e nas divisões mais altas do futebol nacional. Essa desigualdade não se deve à falta de talento ou preparo, mas sim a um machismo estrutural que ainda permeia o esporte.

Uma novidade que pode mudar esse cenário é a chegada de Eveliny Almeida à Comissão Nacional de Arbitragem da CBF. Cearense e ex-árbitra FIFA, Eveliny agora faz parte da equipe que gerencia a arbitragem no Brasil. Sua presença em um cargo de decisão pode ser um passo importante para ampliar as oportunidades para outras mulheres que desejam seguir na profissão e alcançar o topo da arbitragem nacional.

Outro problema evidente na arbitragem feminina brasileira é a baixa representatividade de mulheres negras. Se a presença feminina já é limitada, a situação das mulheres negras é ainda mais preocupante. O reflexo disso pode ser visto nos campeonatos estaduais, onde há poucas árbitras centrais atuando, o que reforça a necessidade de políticas mais inclusivas e de um olhar mais atento para a diversidade dentro da arbitragem.

Simone Xavier fez história no futebol após ser a primeira árbitra negra FIFA do Brasil

O futebol historicamente foi um ambiente dominado por homens, e isso ainda reflete na arbitragem. A resistência em dar oportunidades para mulheres em grandes jogos, a falta de incentivo para a formação de novas árbitras e a ausência de representatividade negra mostram que a arbitragem feminina ainda é pouco valorizada. O trabalho de profissionais como Edina Alves e Eveline Almeida é essencial para quebrar essas barreiras, mas é preciso que federações, clubes e torcedores também façam sua parte para garantir um espaço mais justo para as mulheres no apito.

A evolução da arbitragem feminina no Brasil depende de mudanças estruturais e culturais. O caminho pode ser longo, mas com mais visibilidade e oportunidades, as mulheres podem ocupar cada vez mais o espaço que merecem dentro do futebol.

Mostrar mais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios