O ex-presidente do Sindicato Baiano dos Árbitros de Futebol (Sinbaf), Arilson Bispo da Anunciação, saiu da clausura e falou com a Tribuna do Apito sobre sua relação com Ednaldo Rodrigues, ex-presidente da Federação Baiana de Futebol (FBF), responsável direto por sua carreira vitoriosa na arbitragem.
Ao longo de quase duas décadas, Bispo comandou jogos importantes em todo país representando a Bahia, estado que revelou seu talento para o esporte. “Tenho muito orgulho da carreira que construí. Foram anos de dedicação, superação e conquistas”, disse o ex-árbitro aspirante FIFA.
Entre os nomes mais importantes da história recente do apito baiano, Arilson comandou uma dezena de clássicos entre Bahia e Vitória, jogo de maior rivalidade no futebol baiano que pode alavancar e até encerrar precocemente a carreira de um árbitro.
– Eu tive a oportunidade de rodar o Brasil e apitei muitos jogos. Mas sem ser bairrista, conduzir Bahia e Vitória é diferente. O jogo começa antes mesmo do apito inicial. É algo diferente que só vivendo pra você ter ideia do que representa. A responsabilidade é enorme, mas a adrenalina nos auxilia a sempre fazer o melhor jogo. A pressão faz parte da carreira do árbitro e na Bahia meu filho, pode ter certeza que é uma das melhores escolas do futebol mundial.
Ainda enquanto árbitro atuante, Arilson presidiu durante oito anos o Sindicato Baiano dos Árbitros de Futebol (Sinbaf), ocasião em que a boa relação com Ednaldo Rodrigues a quem atribui o sucesso de sua carreira em alguns momentos estremeceu.
– Devo minha carreira ao Ednaldo. Não há no país um dirigente federativo que conheça a arbitragem como ele. Sempre cuidadoso, respeitoso e amigo. Por algumas questões sindicais, em algum momento discordamos de alguns aspectos, mas sempre no campo das ideias buscando o bem comum entre os árbitros e a federação. A Bahia tem que se orgulhar de tê-lo hoje à frente da CBF e eu tenho plena convicção de que a arbitragem brasileira terá dois momentos: um antes e outro depois de sua passagem pela entidade.
Diretor da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (ANAF), durante os mandatos de Marco Martins e Salmo Valentim, Bispo esteve na linha de frente auxiliando a gestão. Hoje, aposentado dos gramados, sua vida se resume a dar aos seus filhos a atenção que o amor pelo futebol por muito tempo não permitiu.
– O futebol me ajudou em muitos sentidos. Me fez evoluir como homem, profissional de arbitragem, mas impediu que eu compartilhasse muitos momentos em família. Acho que todos nós que vivemos intensamente o esporte passamos por isso. E hoje essa é uma de minhas prioridades. Tenho lido muito e buscado novos conhecimentos. Esteja onde estiver, sempre buscarei colaborar para que a nossa arbitragem se fortaleça.
Aos 48 anos, respeitado pela carreira de sucesso que construiu na arbitragem, Arilson Bispo para sempre será lembrado como o baiano que rompeu barreiras e alcançou o sucesso por meritocracia, algo que infelizmente nos dias de hoje já não existe mais.