São Paulo – A fase do árbitro paraense, Dewson Freitas, não é das melhores. E não precisa ser um especialista em arbitragem para atestar que a decisão de Leonardo Gaciba, chefe da arbitragem brasileira de baní-lo do quadro internacional, foi um dos motivadores para que esse cenário se desenhasse.
Mesmo entre os mais importantes nomes esportivos do país, o marajoara sentiu a pancada e, desde então, nunca mais suas apresentações foram como as que ele nos acostumou a ver. Mesmo desacreditado e perseguido por quem deveria abraçá-lo neste momento de incertezas, o ex-FIFA procura saídas para não desanimar.
Esse cenário acende um alerta na arbitragem da Região Norte, especialmente pelo fato de nenhum outro profissional atuar na Série A do campeonato brasileiro, além do Dewson, que certamente após a polêmica partida entre América de Minas x Cruzeiro, válido pela Série B do Campeonato Brasileiro, deve ser punido por não pertencer ao “quadro dos imunes”, criado pela gestão Gaciba.
Tudo isso é reflexo de federações que não têm compromisso com a arbitragem. No Norte, por exemplo, os investimentos são inexistentes e o futebol pouco competitivo, salvo a do Pará, que mesmo tendo
recursos e bons profissionais para revelar ao país, infelizmente não consegue em razão da fragilidade administrativa de Adélcio Torres, o presidente que entrou para a história do futebol após perder o único escudo FIFA que a região havia conquistado.
Vice-presidente da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (ANAF), Dewson foi homenageado durante o congresso da entidade que aconteceu este final de semana no Recife. Muito emocionado, o árbitro paraense chorou copiosamente ao revelar o momento que está vivendo na carreira.
– Saí do jogo quebrado em todos os aspectos. Treino, estudo, me dedico assim como todos os meus colegas fazem. Ninguém entra em campo querendo errar, mas isso acontece e faz parte do futebol. O mais difícil foi chegar em casa, olhar pra minha mãe e minha irmã, e fingir que nada aconteceu para que elas não se entristeçam. Essa é a vida do árbitro. Não fui o primeiro e não serei o último.
Aplaudido de pé, Dewson Freitas recebeu o abraço dos colegas de atividade que fizeram questão de acolhê-lo.